domingo, 9 de março de 2008

AVE DE RAPINA







...Não diga nada amor.
Deixe apenas que nossos corpos
se percam de nós,
que não impere a razão
ou o verbo infalível.

Deixe que, em uníssono, sôfrego
nossas bocas unidas
vibre a melodia inaudível.

Liberta pois, em ti, a víbora impiedosa
que me matará de desejo.
Eu, ave de rapina
contrariando minha alma
me entregarei...

Seja minha mulher,
te amarei,
Seja a nota destoante,
te cantarei.
Lago profundo, agitado e temeroso
ainda assim, te nadarei.

Sendo tu minha rainha,
serei o teu rei.

MMartins
07/03/08
Rio de Janeiro

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